PALAVRAS

Vila Flamiano é o nome da vila operária onde a minha mãe nasceu, eu e também a minha irmã e onde o meu filho mais novo passou muito tempo com a avó, até ser necessário respirar outros ares.

As palavras escasseiam quando os movimentos da vida nos tiram o fôlego. Ainda quando desconfiamos dessas mudanças e ainda mais quando percebemos que o que costumava ser já não é.

Uma semana após a partida da minha mãe, escrevo de um lugar diferente. Estes dias foram muito cheios e, ao mesmo tempo, com espaço para que o miolo da experiência alargasse até ao seu próprio limite. Pelo menos aquele que me é possível vislumbrar neste momento.

A (T)terra ensina constantemente. Ao aprendermos e ao ouvirmos sintonizadamente, é super engraçado encontrar as analogias que nos permitem observar em cima o que é em baixo. E vice versa. A minha sogra é uma mulher da terra. E como eu gosto de mexer, plantar, colher, regar, ela é responsável por me manter atenta ao que faço, com o objectivo...

Aos 52 anos tenho a sorte de ter a minha mãe viva e prestes a completar o seu 84º aniversário. É sempre maravilhoso estar com ela, mas estes dias foram especialmente transformadores. Talvez para ambas. À pergunta simples «como te sentes, mãe?» vem a resposta que já conheço como evasiva. Segue-se a insistência na mesma pergunta e as respostas vão-se...

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